Estudo sobre Mefibosete
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Mefibosete, filho de Saul
Existem dois homens chamados Mefibosete mencionados na Bíblia, ambos no livro de 2 Samuel.
O primeiro era menos conhecido e era filho do rei Saul. Davi o entregou aos gibeonitas para ser enforcado como retaliação pelo massacre que Saul havia cometido contra os anteriores (2 Samuel 21:1-9).
Mefibosete, neto de Saul
O segundo Mefibosete era filho de Jônatas, que por sua vez era filho do rei Saul e um amigo especial de Davi.
Quando Mefibosete tinha cinco anos, seu pai Jônatas foi morto em batalha. Temendo que os filisteus tentassem matar o menino, sua cuidadora ou ama, fugiu com ele para Gibeá, uma residência real. No entanto, durante a pressão da fuga, ela deixou o menino cair e seus dois pés ficaram aleijados (2 Samuel 4:4). Ele foi levado para a terra de Gileade, onde encontrou refúgio na casa de Maquir, filho de Amiel, em Lo-debar.
Lo-Debar ficava do outro lado do rio Jordão, a leste (referência: 2 Samuel 2:29; 17:27). Alguns pesquisadores acreditam que Lo-Debar e Debir são provavelmente o mesmo lugar.
Foram encontrados vestígios arqueológicos na região sul do Monte Hebrom, indicando que uma cidade realmente existiu ali, acredita-se que seja Debir. A localização exata ainda não é conhecida, mas estima-se que esteja no sul ou sudoeste do vale de Hebrom.
Significado de Mefibosete
O nome aparece com outra variação em 2 Samuel 21:8, 1 Crônicas 8:34; 9:40 e seus significados também variam, como por exemplo “aquele que luta com Baal” e também tem um significado de “vergonha”, uma referência ao acontecido aos 450 profetas de Baal no monte Carmelo, evento este em que os profetas clamaram a seus deuses que enviassem fogo do ceu para consumir o holocausto e então Elias clamou e Deus derramou fogo dos céus.
Honra ao amigo
Depois de alguns anos, quando o rei Davi havia vencido todos os inimigos de Israel, ele se lembrou da família de seu amigo Jônatas (2 Samuel 9:1). Davi desejava mostrar sua lealdade e amor a Jônatas cuidando de sua família.
Ele descobriu que Mefibosete estava morando na casa de Maquir. Então, Davi enviou mensageiros reais para buscá-lo e trouxe ele e seu filho Micah para Jerusalém, onde passaram a viver juntos a partir daquele momento (2 Samuel 9).
A traição que não houve
No livro de 2 Samuel, encontramos o relato da traição de Ziba durante a revolta de Absalão (capítulos 16:1-6; 19:24-30).
Naquela época, Davi estava fugindo de Absalão, e Ziba se aproximou dele levando provisões necessárias para aquele momento difícil.
No entanto, Ziba aproveitou a oportunidade para acusar falsamente Mefibosete, neto de Saul, dizendo a Davi que ele estava visando o reino.
Num primeiro momento, Davi acreditou na mentira de Ziba e deu a ele todas as propriedades que pertenciam a Mefibosete.
No entanto, quando Davi retornou após a morte de Absalão, então foi ao seu encontro para se defender e provar sua inocência.
Ao se encontrarem, foi questionado sobre o ocorrido e teve a oportunidade de relatar a traição de Ziba.
Ele explicou que havia pedido a Ziba que preparasse um jumento para que ele pudesse ir ao encontro de Davi, mas Ziba o abandonou e arquitetou um plano para acusá-lo de traição.
Quando Davi teve que fugir de Absalão, Mefibosete mostrou sua tristeza e preocupação seguindo os costumes da época. Ele não lavou os pés, não trocou suas roupas e nem cortou sua barba.
Essa atitude evidenciava sua lealdade ao rei Davi, deixando claro que ele nunca apoiou o plano de Absalão.
Após conhecer a versão da história dada por Mefibosete, Davi acreditou nele, porém ainda assim propôs que os bens herdados por Mefibosete fossem divididos entre ele e Ziba.
Surpreendentemente, Mefibosete abriu mão de toda aquela herança. Ele deixou com que Ziba ficasse com todos os bens, e mostrou que sua preocupação estava concentrada apenas no bem-estar de Davi (2 Samuel 19:30).
Conclusão
A história da vida de Mefibosete não se trata de prosperidade, mas sim do caráter de um homem que, mesmo diante de todas as dificuldades, permaneceu fiel aos seus princípios.
Para ele, o que verdadeiramente importava não eram as riquezas pessoais, muito menos o que elas proporcionam, mas sim o retorno do rei à sua casa, uma vez que este rei no seu entendimento e de todo povo de Israel, havia sido escolhido por Deus, por intermédio do profeta Samuel.