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Jejum Bíblico

Como Jejuar, o que a Bíblia ensina sobre o jejum

Sempre há questionamentos quando o assunto é sobre como jejuar, no Novo Testamento, não há nenhuma ordem direta para que os cristãos jejuem. 

Explore o significado do jejum bíblico e aprenda como jejuar de acordo com os ensinamentos da Bíblia sobre o jejum.

Mesmo no Antigo Testamento, os judeus eram instruídos a jejuar apenas uma vez por ano, no Dia da Expiação, como mencionado em Levítico 23:27, 29, 32. 

Portanto, qualquer líder religioso que prescreve o jejum ou imponha restrições alimentares o faz sem base bíblica

No entanto, é importante notar que Jesus ocasionalmente jejuava, conforme registrado em Mateus 4:2, e Ele presumia que Seus seguidores também jejuariam de vez em quando, como indicado em Mateus 6:16–18 e Marcos 2:20.

Como Jejuar

Dessa forma, se o jejum é algo praticado pelos cristãos, surge a questão de qual é a maneira correta de jejuar e o que a Bíblia diz a respeito disso.

Na Bíblia, são mencionados diferentes tipos, cada um com suas características distintas.

Importante salientar que o Jejum Bíblico não refere-se a um tipo de dieta, para emagrecimento, mas sim uma prática espiritual. Todo e qualquer tipo de jejum deve ser acompanhado e instruído por profissional habilitado, os exemplos aqui citados são fatos extraídos das escrituras sagradas. 

Por exemplo, Muitos interpretam a limitação a um determinado tipo de alimento, conforme descrito em Daniel 1:8–14. Embora neste caso de Daniel, ele se absteve de comer os alimentos do rei da Babilônia pelo motivo de não seguirem as orientação judaicas.

Além disso, há o jejum completo de comida, como mencionado em Daniel 10:2–3. Também é mencionado o jejum que envolve a abstinência tanto de comida quanto de água, como registrado em Lucas 4:2 e Atos 9:9. 

Além disso, a Bíblia cita que existe o conceito de “jejum” de uma atividade específica, como quando um casal decide se abster de relações sexuais por um período predeterminado, conforme mencionado em Êxodo 19:15 e 1 Coríntios 7:5.

Considerando essa variedade, a maneira correta de jejuar dependerá do tipo específico que está sendo praticado. Cada um desses tipos requer uma abordagem particular, adaptada às suas características individuais.

Temos que lembrar que o jejum ele não é meritório, ele serve para nos preparar para orar, o jejum tem que ser feito de forma discreta porque o alvo é ter comunhão com Deus e conhecê-lo mais e não parecer os homens que nós somos espirituais.

Quando fazemos o jejum com o motivo certo, com a intenção correta, a busca de Deus, algo feito de coração, é Deus quem nos recompensa e nos dá sua aprovação.

O jejum é mais do que parar de comer ou beber durante um período, jejuar significa separar um tempo para dedicar a Deus em oração, um período de aflição da alma (Salmo 35:13), em que nos quebrantamos diante de Deus e clamamos a Ele.

O jejum requer um acompanhamento de transformação de vida, incluindo uma mudança de atitude e uma transformação do coração e comportamento.

Caso contrário, ele se torna um mero ritual vazio, desprovido de significado genuíno.

Como Jejuar
Como Jejuar – Imagem meramente ilustrativa

Orientação Bíblica

É sempre importante buscar a sabedoria de Deus (Tiago 1:5) quando se trata de jejuar, tanto em relação à forma como devemos jejuar quanto à duração do jejum.

De acordo com a abordagem bíblica, estabelecer um prazo é recomendado (Ester 4:16). Além disso, o jejum deve ter um propósito claro.

Na Bíblia, as pessoas jejuaram e oraram porque desejavam que algo específico acontecesse. Seu objetivo era buscar a transformação por parte de Deus, mudança de circunstâncias ou receber revelação divina.

É importante lembrar que o jejum vai além da questão alimentar, trata-se de direcionar o foco. Ao jejuar, desviamos nossa atenção das coisas “deste mundo” para concentrar-nos mais nas coisas de Deus.

Portanto, o jejum pode ser um meio de, espiritualmente, nos aproximarmos de Deus, fortalecendo nossa conexão espiritual com Ele.

Um ponto de atenção

É importante destacar que existem precauções a serem consideradas em relação ao jejum, especialmente para aqueles que possuem problemas de saúde ou condições que requerem restrições alimentares, como gestantes ou diabéticos. 

Em todos os casos, é recomendável consultar um médico, ou profissional da nutrição devidamente habiitado, antes de iniciar o jejum.

É fundamental lembrar que não há nenhum mandamento bíblico que exija que os seguidores de Jesus Cristo jejuem, bem pelo contrário, é um prática livre e espontãnea. 

Portanto, levar em consideração uma condição médica ao determinar a forma de jejuar não é errado, mas sim uma atitude sensata e de extrema importância, lembrando que os exemplos citados aqui foram extraídos de fatos registrados na Bíblia Sagrada. 

A saúde e o bem-estar devem ser priorizados ao tomar decisões relacionadas ao jejum.

Jejum de Daniel
Jejum de Daniel – Imagem meramente ilustrativa

A intenção para o Jejum

Além disso, é necessário examinar cuidadosamente os motivos por trás do jejum. É fundamental compreender que jejuar não é uma forma de manipular Deus. 

O ato de jejuar não irá forçar Deus a realizar algo que esteja fora de Sua vontade.

Pelo contrário, o propósito do jejum é promover a transformação pessoal, buscando estar em conformidade com o plano divino e estar preparado para desempenhar o papel designado por Ele.

Ao decidir como jejuar, é de extrema importância ter em mente o verdadeiro propósito do jejum – trata-se de uma jornada de autotransformação, não de tentar modificar a vontade de Deus. 

O jejum nos convida a mudar a nós mesmos, a nos tornarmos mais alinhados com os desígnios de Deus e a estarmos prontos para cumprir o nosso papel dentro de Seu plano.

Compreendendo o Jejum

O jejum geralmente é compreendido como a abstinência de alimentos por um período determinado. 

No entanto, é importante destacar que existem diferentes tipos de jejum mencionados na Bíblia, e nem todos estão relacionados à comida. 

Ao longo da história bíblica, observamos que muitas pessoas optaram pelo jejum como forma de buscar a Deus, incluindo figuras proeminentes como Moisés, Davi e Daniel no Antigo Testamento, bem como Ana, Paulo e Jesus Cristo no Novo Testamento.

O valor do jejum também é testemunhado por muitas figuras importantes da história cristã e continua a ser praticado por muitos cristãos nos dias de hoje. 

Essa prática espiritual tem desempenhado um papel significativo na vida de indivíduos comprometidos com a fé cristã, buscando uma conexão mais profunda com Deus e uma maior intimidade espiritual.

Jejum bíblico
Jejum bíblico – Imagem meramente ilustrativa

Propósito

O jejum bíblico está frequentemente associado ao ato de arrependimento, como evidenciado nos exemplos de Davi, da nação de Israel e da cidade de Nínive

Nessas histórias, o jejum foi realizado como uma expressão de profundo pesar e busca por perdão. 

Além disso, o jejum está intrinsecamente ligado à oração fervorosa, como demonstrado pelos relatos do rei Josafá e da rainha Ester. 

Nesses casos, o jejum foi uma forma de buscar a intervenção divina em situações críticas.

É importante destacar que o jejum bíblico é motivado por um coração humilde que anseia por uma conexão mais profunda com Deus. 

Não se trata apenas de uma prática externa, mas de um estado interior de humildade e devoção. 

Como mencionado em Isaías 58:3–7, o jejum autêntico é acompanhado de ações que refletem compaixão e justiça, demonstrando um coração sincero diante de Deus.

Tipos de Jejum

A seguir, vamos explorar de forma mais aprofundada os diferentes tipos de jejum: jejum regular, jejum parcial, jejum absoluto e jejuns prolongados. Compreenda seus propósitos.

Jejum Regular

O jejum regular consiste em abster-se de todos os alimentos, tanto sólidos quanto líquidos, com exceção da água. 

Esse tipo de jejum foi solicitado pelo rei Josafá de Judá quando seu país enfrentou uma invasão (2 Crônicas 20:3). 

Como resultado, o Senhor concedeu a vitória sobre os inimigos e o povo de Judá louvou ao Senhor (2 Crônicas 20:24–27).

Após o período de cativeiro babilônico, aqueles que retornaram a Jerusalém dedicaram-se à oração e ao jejum, buscando a proteção de Deus em sua jornada (Esdras 8:21).

Além disso, o Senhor Jesus também praticou o jejum durante seus quarenta dias no deserto, enquanto era tentado por Satanás (Lucas 4:2).

Esses exemplos bíblicos ilustram a prática do jejum como uma forma de buscar a presença e a intervenção divina em momentos de necessidade e desafio.

Jejum Parcial

Existe um outro tipo de jejum bíblico conhecido como jejum parcial. 

Um exemplo desse tipo de jejum é encontrado na vida do profeta Daniel, que passou três semanas abstendo-se de certos alimentos. 

No livro de Daniel 10, o profeta relata: “Eu, Daniel, lamentei por três semanas. Não comi alimentos desejáveis; carne ou vinho não entraram na minha boca, e não usei nenhum tipo de perfume até que se completassem as três semanas” (Daniel 10:2–3). 

É importante observar que, durante esse período, o jejum de Daniel envolveu não apenas a restrição seletiva de alimentos, mas também a renúncia ao uso de óleos e perfumes para refrescar-se.

Atualmente, muitos cristãos seguem o exemplo de Daniel e se abstêm de determinados alimentos ou atividades por um curto período de tempo, buscando conforto e força no Senhor.

Jejum Absoluto

Também encontramos na Bíblia uma referência ao jejum absoluto, no qual não se consome nenhum alimento ou água. 

Um exemplo desse tipo de jejum é mencionado no livro de Ester. Quando Ester descobriu o plano de aniquilar todos os judeus na Pérsia, ela e seus companheiros judeus jejuaram de comida e água por três dias antes de ela entrar na corte do rei e suplicar por sua misericórdia (Ester 4:16).

Outro exemplo de jejum absoluto está registrado na história da conversão de Saulo. Após o encontro de Saulo, que era conhecido como um assassino, com Jesus em Sua glória na estrada de Damasco, ele ficou cego por três dias e se absteve de comida e bebida (Atos 9:9). 

Logo após esse período de cegueira e jejum, Saulo dedicou sua vida à pregação do evangelho de Jesus Cristo.

Esses exemplos bíblicos retratam o jejum absoluto como uma prática extrema, realizada em momentos de profunda busca e entrega a Deus, buscando Sua intervenção e direção em situações cruciais. 

Essa forma de jejum pode ser vista como um ato de completa rendição e consagração a Deus.

Jejuns Prolongados

A Bíblia relata exemplos de jejuns absolutos extraordinários que se estenderam por quarenta dias. Moisés e Elias são dois personagens notáveis que participaram desses milagrosos períodos de jejum.

Quando Moisés subiu ao topo da montanha para encontrar-se com Deus e receber as tábuas de pedra com os mandamentos, ele permaneceu sem comer pão e sem beber água durante todo o período (Deuteronômio 9:9).

Além disso, após a notável vitória de Elias sobre os profetas de Baal no Monte Carmelo, ele foi perseguido pela Rainha Jezabel e fugiu para o deserto, onde passou quarenta dias jejuando em busca de proteção e orientação divina (1 Reis 19).

Esses exemplos bíblicos ressaltam a extraordinária devoção e fé demonstradas por Moisés e Elias, que se submeteram a longos períodos de jejum absoluto em busca de uma experiência mais profunda com Deus.

Esses jejuns prolongados serviram como momentos de comunhão intensa com o divino e de entrega total à vontade de Deus.

Conclusão

O objetivo do jejum não é transformar Deus em uma espécie de gênio da lâmpada que atende a todos os nossos desejos.

O jejum, seja ele regular, parcial, absoluto ou até mesmo o jejum sexual, é uma busca pelo conhecimento da vontade de Deus, sendo todas as outras bênçãos e benefícios secundários em relação ao próprio Deus.

É isso que diferencia o jejum bíblico de outras práticas religiosas e culturais observadas em todo o mundo.

O jejum na perspectiva bíblica não é apenas uma prática externa ou ritualística, mas uma expressão profunda de rendição, humildade e busca espiritual. 

O Jejum na Bíblia visa estabelecer uma conexão íntima com Deus, buscando conhecer Sua vontade, buscar Sua orientação e cultivar uma comunhão mais profunda com Ele.

Ao jejuarmos, colocamos nossos desejos, necessidades e preocupações em segundo plano, elevando a busca pelo coração de Deus como a prioridade máxima.

É um ato de submissão e entrega total, reconhecendo que Deus é o centro de nossas vidas e que Sua vontade deve prevalecer sobre a nossa.

Essa abordagem diferenciada do jejum bíblico enfatiza a importância de buscar a Deus por quem Ele é, em vez de apenas buscar Suas bênçãos.

É um convite para uma relação íntima e transformadora com o Criador, que vai além das recompensas materiais ou dos resultados imediatos.

Portanto, o jejum bíblico nos convida a direcionar nossos corações e mentes para Deus, buscando-O de forma genuína e sincera, em um relacionamento profundo e significativo.

Oração e jejum, são práticas espirituais que nos aproximam do Criador e nos transforma à medida que buscamos entender Sua presença e Sua vontade.

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